13 de agosto de 2012

Fotos da Expedição Terra Nova


Em 1911, o fotógrafo britânico Herbert G. Ponting (1870-1935) passou 14 meses na Antártida e produziu um vasto material – ainda hoje, um dos mais ricos sobre a região.

Ponting foi convidado pelo capitão Robert Falcon Scott (1868-1912) para fazer parte da British Antartic Expedition(1910-1913), conhecida como Terra Nova (nome do navio de suprimentos). A expedição tinha objetivos científicos e disputava com a do explorador norueguês Roald Amundsen (1872-1928) um lugar nos livros de história, como a primeira a chegar no Pólo Sul. Amundsen chegou um mês antes da Terra Nova e Scott morreu na viagem de volta.

Durante a expedição, Ponting produziu em torno de 1.700 fotografias. Além de fotografar paisagens, a vida animal, o dia a dia da tripulação e pesquisadores, Ponting fez dezenas de retratos com um apuro técnico e estético dos grandes retratistas do século XX. Todo esse acervo está depositado no Scott Polar Research Institute, da Inglaterra.


O PROCESSO – No começo do século XX, as técnicas fotográficas avançavam rapidamente e novos processos químicos surgiam. Para registrar a expedição à Antártida, contudo, Ponting escolheu uma técnica ainda da primeira metade do século XIX: o negativo de vidro. Vários motivos fizeram Ponting escolhê-lo para a expedição: familiaridade com o equipamento, preferência estética e técnica – já que os negativos de vidro resultavam em boas cópias fotográficas – ou até mesmo questões comerciais. Estes negativos já eram industrializados e vendidos prontos para o uso a partir de 1878. No Brasil, as placas de vidro foram utilizadas até a década de 1950.

Provavelmente, Ponting utilizou os negativos obtidos em placas de vidro emulsionados com gelatina-prata e mais conhecidos como colódio* seco. Na época e pelo local, a escolha era uma boa solução por não necessitar de processamento imediato, diferentemente do colódio úmido. O professor Boris Kossoy explica bem isso no seu livro Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro: “Com as chapas secas (sendo em geral o bromureto de prata a substância sensível) o fotógrafo de arquitetura e paisagens não necessitava mais carregar consigo tendas, produtos químico, frascos, banheiras e todo o equipamento transportado geralmente em carroças adaptadas como laboratórios da campanha, onde se revelavam as chapas enquanto o colódio se mantinha úmido”.

* Colódio: Resultado da dissolução de nitrato de celulose em álcool e éter é uma substância transparente, viscosa e muito volátil. Tem como característica a impermeabilidade após curto tempo de utilização, exigindo sempre que seja utilizado enquanto úmido.


O Terra Nova ancorado na Antártida


Anton Omelchenko na extremidade da geleira Barne


Pinguins no Cabo Royds


Gruta de gelo em Ross Dependency


Geleira na Ilha de Ross. Ao fundo o Monte Erebus


Focas no Cabo Evans


Iceberg na costa do Cabo Evans


Geólogo Thomas Griffith Taylor e o meteorologista Charles Wright na entrada de uma gruta


Adestrador de cães Cecil Meares no convés do Terra Nova


Anton Omelchenko corta o cabelo de Patrick Keohane


Beliches no acampamento da expedição


Capitão Robert Falcon Scott (centro) comemora seu aniversário de 43 anos


O adestrador de cães Cecil Meares e o capitão Lawrence Oates cozinhando para os cães


Capitão Robert Falcon Scott escreve em seu diário


Oficial Edgar Evans


Thomas Clissold, cozinheiro da expedição, com pinguim imperador


Fotógrafo Herbert Ponting


Membros da expedição em acampamento improvisado


Capitão Robert Falcon Scott (centro) com outros membros da expedição


Explorador Apsley Cherry-Garrard


Explorador Sir Charles Seymour Wright


Dr. Edward Adrian Wilson


Capitão Lawrence Oates


Fotógrafo Herbert Ponting


Fotógrafo Herbert Ponting em seu laboratório improvisado no acampamento da expedição



Texto: Alexandre Belém
Fonte: veja.abril.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário